Você costuma se preocupar com a segurança de seus dados? Esse é um assunto muito importante, mas infelizmente poucas pessoas realmente param para pensar o que acontece quando acessam um aplicativo no celular ou no computador. Hoje vivemos em um mundo muito super conectado e para que nosso dia seja mais simples é preciso que as plataformas se conectem entre si.
E para que isso aconteça é muito necessário a troca de dados, que normalmente é feita por um sistema de API, Application Programming Interface, que traduzindo significa Interfaces de Programação de Aplicativos. Quer saber mais sobre esse tema? Confira o nosso artigo a seguir e entenda!
A troca de dados:
Você com certeza já executou ações simples em um aplicativo como permitir o acesso a sua câmera de celular ou o login em uma página ou até mesmo um jogo utilizando as suas redes sociais, não é mesmo?
Todos esses recursos são possíveis através de um API, que realmente expande as possibilidades das empresas automatizarem as tarefas e conseguirem criar funcionalidades personalizadas que conseguem melhorar as tarefas diárias dos usuários.
Mas, claro, toda moeda tem dois lados e é evidente que essa nova tecnologia também movimenta muitas questões e uma delas é justamente o fator da segurança dos dados que estão registrados em determinado local.
A API possui limitações e controles, e os desenvolvedores que a utilizam podem escolher entre inovar dentro das regras, ou quebrá-las.
Essa segunda opção pode trazer consequências difíceis, como, por exemplo, o grande risco de perder o negócio do dia pra noite, ou ter clientes com os negócios bloqueados. Ou seja, a utilização dentro das regras é uma medida de segurança para a empresa detentora de um software e para os seus parceiros.
Por isso, é importante que nós, como consumidores ou empreendedores, saibamos como detectar se a ferramenta utilizada no dia a dia é segura. Pensando nisso, separei 5 dicas que podem ajudar a conferir:
Os aplicativos Tik Tok e YouTube na produção de dados:
E como já falamos anteriormente acabamos concordando em entregar nossos dados para muitos lugares no mundo online e um deles são as redes sociais. E de acordo com uma pesquisa recente da URL Genius, existem duas plataformas que mais rastreiam os dados pessoais dos usuários e elas são o TikTok e o YouTube.
Essa conclusão aconteceu, porque a empresa de marketing utilizou o novo recurso da Apple chamado “Relatório de Privacidade de apps”, com ele é possível saber quais os aplicativos que se comunicam com diversas redes.
Esse recurso então consegue um resumo sobre os dados, sensores e também acesso à internet por aplicativos. Esse pesquisa foi feita em 200 aplicativos e 20 categorias de aplicativo para conseguir entender justamente quais são as plataformas que mais costumam rastrear os dados de seus usuários. Na parte de redes sociais foi avaliado 10 aplicativos, incluindo também Telegram, Whatsapp e Snapchat a essa lista.
Após isso foi descoberto que o YouTube utiliza mais essas informações dentro da first-party, ou seja, são as informações coletadas diretamente pela empresa que os utiliza.. Já o TikTok utiliza mais essas informações com third-party, ou seja, , as informações fornecidas por provedores de dados abertos que compartilham estatísticas sobre o comportamento, os hábitos e as preferências de diferentes perfis de consumidores a partir de vários canais de aquisição.
Compartilhamento de dados:
De acordo com uma pesquisa da URL Genius, o número em média dos contatos compartilhados para aplicativos de rede sociais é 6, mas o YouTube e TikTok ficaram acima desse número, somando 14 contatos cada um.
Fonte: pesquisa URL Genius
É importante lembrar também que esse estudo foi feito com os usuários logados no momento da pesquisa, o que faz com que o número sofra variações, já que não conseguiram rastrear todos que utilizam a plataforma, apenas quem estava ativo no momento da captura.
No caso do YouTube, 71% do que foi rastreado eram de contatos de rede primários. Logo isso faz com que eles estejam utilizando os dados dentro da própria empresa, muito provavelmente para realizar a criação de anúncios relevantes para os usuários. Apenas 4 contatos eram de domínio de terceiros.
Já o TikTok tem um resultado um pouco mais preocupante, isso porque 13 dos 14 contatos da rede eram de terceiros e esse rastreamento seguia acontecendo, mesmo quando os usuários não apontavam ao aplicativo permitir o rastreamento de configurações.
O TikTok inclusive pode coletar informações a partir do momento que você abre o aplicativo, até antes mesmo de se inscrever. Algumas delas são de localização, de IP, o dispositivo que você está utilizando e até mesmo o seu histórico de pesquisas.
E quais são os riscos desse compartilhamento de informações e privacidade com terceiros? Antes de entender o grande problema nisso existem algumas perguntas importantes que precisam ser consideradas.
Uma delas é justamente entender quem são as pessoas que estão rastreando esses dados? Se esses dados são realmente compartilhados e de que forma quem o recebe vai o utilizar, e, claro, se esse rastreamento continua depois de sair do aplicativo?
O ideal, e, o mínimo que os aplicativos deveriam fazer nesses casos é ao menos respeitar o direito do usuário de permitir ou negar esse compartilhamento de informações, mas infelizmente na prática não é bem assim que acontece.
Os escândalos dos dados:
Essa não é a primeira vez que esse tipo de escândalo acontece envolvendo as grandes empresas e os dados dos usuários. Anteriormente tanto o Google, quanto o Meta, antigo Facebook, também se envolveram em alguns casos de de revelarem informações de seus usuários.
Um desses a Cambridge Analytica teve os dados pessoais de milhares de usuários do Facebook coletados sem o consentimento e utilizados em políticas com fins publicitários.
O dono da empresa Mark Zuckerberg então teve que fazer um super gerenciamento de crise para conseguir conquistar novamente a confiança dos usuários da rede. Já em 2021 eles foram considerados, pela Us Digital Trust Benchmark Report, a rede menos confiável, pelo segundo ano consecutivo.
A Google também acabou entrando em um processo em janeiro de 2022, a empresa foi processada nos EUA por justamente realizar algumas práticas que não estavam de acordo com as normas ao conseguir dados de localização de usuários.
Como se proteger desses aplicativos?
E nesses casos de vazamento de dados qual é a melhor forma para se proteger? Infelizmente o usuário acaba ficando em um beco um tanto quanto sem saída, já que alguns aplicativos e sites acabam captando suas informações a partir do momento que entram na plataforma.
Por isso, a melhor forma de agir é justamente buscando entender as políticas de cada um dos aplicativos e sites que se vai utilizar, sempre preste atenção nas autorizações que está dando aos aplicativos e também busque sempre ficar atento nos dados que a plataforma está pedindo.
Infelizmente com todo esse monitoramento online é difícil saber como não compartilhar nenhum dado com nenhuma plataforma realizando a sua utilização, todas vão ter acesso a algo, mas com certeza estar sempre atento vai te ajudar a fugir de algumas ciladas que podem acontecer.
Outro ponto muito importante é em relação ao cadastro de cartões de crédito em plataformas. Isso também pode ser bem perigoso. Plataformas como o IFood já explicaram para o seu usuário que o cartão cadastrado fica apenas no celular do usuário e não em alguma nuvem na plataforma, então quando precisar fazer esse cadastro em outros apps também é sempre bom se informar se é também dessa forma que acontece.
Todos esses cuidados vão fazer com que seu dia a dia nas redes seja muito mais tranquilo e que você consiga navegar nos seus aplicativos e sites preferidos com muito mais segurança. Portanto, fique sempre em alerta e acompanhando as notícias sobre o compartilhamento de dados para se informar sobre esse assunto tão importante que algumas vezes acaba ficando um tanto quanto nebuloso para o público.